sexta-feira, novembro 03, 2006

Ainda os Cavalos!

E como não há fome que não dê em fartura, nem duas sem três, gostaria igualmente de partilhar com todos o brilhante feito da nossa Equipa de Equitação de Trabalho no Campeonato do Mundo da modalidade, organizado este ano em Portugal no Hipódromo do Campo Grande (Lisboa).

Foi magnífica a participação da equipa nacional composta por André Pica Conceição (Nohio), Eduardo Almeida (Olé), Pedro Torres (Oxidado) e David Duarte Oliveira (Mulato).
Tornamo-nos assim, bicampeões na modalidade (actualmente!), e ainda Campeões individualmente, pela mão de David Oliveira (na imagem).

Há alguns anos que venho a acompanhar esta disciplina de equitação, sendo na minha opinião o ex-libris entre todas as outras.
Os cavalos e os respectivos cavaleiros podem comparar-se com os Rolls Royce nos automóveis, tal a precisão e detalhe dos movimentos, a preparação a que obrigam e o valor comercial que atingem.

A pergunta que concerteza se Vos coloca neste momento será certamente: “Mas o que é a Equitação de Trabalho?!” Pois bem, passo a explicar com a ajuda da Federação Equestre Portuguesa:

“A Equitação de Trabalho é uma modalidade equestre baseada na equitação tradicional de cada país, mantendo e conservando as suas diferentes tradições, nomeadamente no uso do traje e arreios, e em que o cavaleiro utiliza apenas uma mão na condução da sua montada. Foi concebida para destacar o tipo de monte utilizado nas diferentes vertentes do trabalho de campo.

A COMPETIÇÃO...E AS ETAPAS

Constituído por diferentes etapas, um concurso de Equitação de Trabalho prolonga-se normalmente por três dias. Começa por uma prova de ensino, onde o cavaleiro tem que executar determinados exercícios num rectângulo de 40 x 20 m, julgados por um júri, à semelhança do que acontece na “Dressage”.

A segunda etapa é a maneabilidade, uma prova de obstáculos onde se simulam algumas dificuldades que o cavaleiro poderá encontrar no seu dia-a-dia de labuta no campo, e que este terá que transpor, de acordo com critérios pré-definidos. Nesta prova, julga-se a atitude, confiança e forma natural como os obstáculos são transpostos.

A velocidade é a terceira etapa. Esta prova desenrola-se sobre um percurso idêntico ao da maneabilidade, onde não é avaliada a atitude mas sim a velocidade, em sistema de contra-relógio, fazendo com que esta prova seja a mais espectacular e atraia muito público.

A quarta etapa, disputada exclusivamente por equipas, é a prova da vaca, onde um grupo de cavaleiros terá que tirar de uma manada de bezerras, um animal previamente sorteado, e colocá-lo numa zona demarcada para o efeito, deixando todos os restantes animais na zona inicial.

EQUITAÇÃO DE TRABALHO: PORTUGAL NA FRENTE DAS CLASSIFICAÇÕES

Desde que a modalidade teve início em Portugal, todas as iniciativas têm sido tuteladas pela APSL. Organizou-se em 1999 o primeiro campeonato nacional com 7 jornadas, disputadas um pouco por todo o país, culminando com a final que, como não poderia deixar de ser, teve lugar na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, em Novembro.

Consequência do êxito da Equitação de Trabalho é a sua internacionalização para outros países, aliada à utilização do Puro Sangue Lusitano. Os portugueses têm apostado em levar esta modalidade a países como o Brasil, México, Inglaterra, Bélgica e Suécia. De salientar, ainda, que Portugal se sagrou campeão da Europa de Equitação de Trabalho, individual e colectivamente, por três anos consecutivos.”

Se considerarmos apenas as vitórias colectivas, Portugal foi campeão em 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002!

Dado o mote para a Feira da Golegã no último post, eis mais um motivo de interesse para viajar até ao Ribatejo!
Podem consultar o programa em http://www.horsefairlusitano.org/.

Bom fim de semana!