terça-feira, junho 06, 2006

170 anos!

Depois da minha “querida” alergia me ter deixado ontem completamente KO e o Projecto de Recuperação da Quinta dos Patos me ter tomado toda a disponibilidade e dedicação durante o fim de semana, estou de volta para virar mais uma página do Coimbra’s!

É que descobri, ao fazer a ronda habitual pelos diários on-line da minha Cidade , que o Liceu José Falcão, onde fiz parte do Secundário antes de me transferir para o Montijo, está a comemorar 170 anos de existência!

Sabia que era já muito antigo, que havia sido denominado como Liceu D. João III durante longos anos mas sinceramente, não tinha a noção de que tinha sido erguido como Liceu há 170 anos!
As comemorações são repartidas pela celebração dos 70 anos do edifício do antigo Liceu D. João III (hoje em dia, Liceu José Falcão) e dos 170 anos do Liceu de Coimbra, que o precedeu.


“Partilhei” aqueles corredores, com “alguns” anos de diferença é certo, com personalidades tão ilustres como Miguel Torga, Vitorino Nemésio, João de Deus, Guerra Junqueiro, António José de Almeida, Teixeira Gomes e o cientista Mário Silva.
Mais recentemente, foram igualmente alunos o Conselheiro de Estado, antigo Presidente da Assembleia da República e actual Presidente da Assembleia Geral da Associação Académica de Coimbra OAF, Almeida Santos bem como o actual autarca de Coimbra, Carlos Encarnação.
Também Rómulo de Carvalho (o poeta António Gedeão), leccionou no “meu” Liceu.

Ainda me recordo do primeiro dia que lá entrei, integrado na “fatídica” turma do “Clube Europeu”! Confesso que tive algum receio daquele “gigante”…

Belos tempos por lá vivi… Ali iniciei a minha adolescência com todas as maluquices e aventuras que isso implica… Os primeiros contactos com a tradicional praxe académica, que de forma muito ténue já existia e que tão bem integrava os “caloiros”, ensinando-os a comportar-se num mundo tão diferente da C+S de onde vinham.

As idas a casa do Júlio nos “furos” e as futeboladas no pátio das garagens do Pimentel (tanto lençol sujamos à vizinha do rés do chão!)... As listas para a Associação de Estudantes, os primeiros copos e noitadas, os primeiros “desgostos amorosos", o despontar da irreverência estudantil!

As primeiras manifestações, greves e discordâncias com os Professores...Fazia parte de um grupo muito unido e formidável de amigos, muitos dos quais, ainda hoje me dão a honra de os considerar como tal, apesar do tempo, distância e ausência… Amizade verdadeira, um dos grandes tesouros que me deixou o José Falcão.

Hoje em dia, estou certo, que muito pouca coisa será como antes naquele Liceu mas espero sinceramente, que sobreviva a todas as adversidades que o sistema de ensino lhe tem colocado, bem como aos alunos que o continuarão a frequentar... Pela tradição e pela memória!